Thursday 31 May 2007

A Desktop In Every Computer

Se ficaram impressionados com o iPhone, então deitem os olhos na mais recente criação da rival da Apple, a Microsoft. Revelado agora ao público, trata-se de um projecto de alguns anos, que se conseguiu manter secreto, até hoje. Promete revolucionar o mundo dos computadores, e a interacção entre homem e máquina, a forma como usamos a tecnologia multimédia, quer nas empresas, escolas ou (e principalmente) em nossas casas. Chegará, em princípio, no final de 2007. Como diz o próprio Bill Gates: se antes era "a computer in every desktop", a palavra de ordem agora é "every desktop will be a computer". Apreciem o Microsoft Surface.


Alguém falou em Minority Report?....








O Grande Dador

Lisa tem 37 anos e sofre de uma doença terminal. Lisa vai escolher, entre três pessoas com doença renal, aquela que merece receber o seu rim, para ser transplantada e, assim, sobreviver à doença. Tudo isto no novo reality show criado pela Endemol (produtora do Big Brother) e que deverá ir para o ar na próxima sexta-feira no canal holandês BNN.
A escolha será feita com base em conversas com familiares e na análise do perfil dos doentes (cuja cara e identidade nunca é revelada). Como se isto não bastasse, os telespectadores também terão uma palavra a dizer: o voto do público faz-se por SMS durante os 80 minutos do programa. Mas a decisão final cabe à doadora (vá lá...).
Esta é a nova ideia de loucos criada pela famosa produtora do Big Brother - a Endemol. O novo formato está a chocar o país e a Europa, e a lançar a discussão sobre os limites da televisão de entretenimento.
Face às (óbvias) críticas de que foi alvo, o director da BNN, cujo fundador morreu de doença renal (!), responde que o programa servirá para chamar a atenção para a falta de órgãos para doação na Holanda e defende que as probabilidades de os doentes receberem um rim num reality show "é maior" que no sistema de saúde. Ora eu gostava de saber é a probabilidade e o critério para um doente renal entrar no programa da BNN, facto que não foi esclarecido. Visto assim, tenho a certeza que as probabilidades pelo serviço nacional de saúde lá da Holanada devem ser bem melhores. Mas o mais grave não é isso. O mais grave é, nas palavras de Emídio Rangel, conhecido ex-director de programas da SIC, "explorar e lucrar com a condição humana no que é mais trágico". Mas as pessoas sujeitam-se a isto. Aceitam expôr a sua condição, vender a sua dignidade, em nome de uma empresa, tudo para "chamar a atenção para os problemas do sistema de saúde holandês". O canal de televisão apenas tem o privilégio de fazer o aviso. Será que iremos ver T-shirts com a cara de Lisa a dizer adeus? Ou canequinhas em forma de rim, com o logo do canal, para beber o café ao pequeno-almoço? Tudo, claro, como serviço público. Para alertar para os problemas do país. Como que ninguém se lembrou disto para Portugal?
Um país inteiro a torcer para que um doente terminal bata as botas, para poder doar os órgãos... Digam lá que não é uma ideia de loucos?

Monday 21 May 2007

Wolfmother

Quero-vos deixar com a minha primeira sugestão musical deste blog. Os Wolfmother são um trio de rapazes australianos, grandes talentos musicais, como geralmente são os elementos duma banda de 3 músicos. A sua música é definida como retro-rock, hard-rock, psychedelic rock, enfim, nunca percebi muito acerca destas definições. Apenas sei que daquela guitarra, baixo e bateria saem alguns dos riff's mais viciantes dos últimos anos. Músicas alegres, eléctricas, rápidas, emocionantes, rock puro e duro, bem ao estilo dos lendários Led Zeppelin, Black Sabbath, tudo isto adaptado ao som do séc. XXI. Desde a voz estridente e o virtuosismo na guitarra do vocalista/guitarrista Andrew Stockdale, à originalidade de o baixista ser também o teclista, até aos ritmos frenéticos da bateria, todos estes factores se conjugam na perfeição, e tornam este grupo na banda que mais me entusiasmou no ano de 2006, a par dos Arctic Monkeys. Finalmente chegou a oportunidade de os ver ao vivo, esta 5ª à noite, dia 24 de Maio, no Paradise Garage. Apesar do facto de ter teste na 6ª feira, nada me vai impedir de estar lá, eh eh (excepto, claro está, uma calamidade física, climatérica, geológica, ou simplesmente o concerto ser cancelado...).
Deixo-vos então com Love Train, a música que me chamou a atenção para estes rapazes e que me viciou instantaneamente. É curiosamente uma das suas músicas mais atípicas, tendo em conta o estilo de que vos falei nas linhas anteriores, mas que apenas demonstra a boa versatilidade e originalidade dos Wolfmother. Uma banda a ter em (muita) atenção.

Wednesday 2 May 2007

Blado blado blado ponto Iuiutubiu

Apresento-vos a dona Sónia:







E este deve ser, com certeza, o seu filho (ouvir só, não liguem às imagens):


Sunday 22 April 2007

A Prova da Prova

Finalmente apareceu a prova de que José Sócrates realizou e passou a prova de Inglês Técnico na Universidade Independente. Cá está a cópia do teste:

Wednesday 11 April 2007

Eles "Andem" Aí...

O PNR já controla o Record! Cuidado com eles...


A Maior Nação do Mundo

Deixo-vos com um vídeo que me deixou particularmente chocado por um facto muito simples: já vi muitos destes "inquéritos" feitos a portugueses a dizerem autênticas atrocidades sobre os mais variados factos. Mas o que é certo é que as pessoas que vemos neste vídeo não são velhinhos de uma qualquer província ou aldeia isolada, nem tão pouco crianças mal-educadas (no verdadeiro e literal sentido da palavra) que não sabem o que é o 25 de Abril. São pessoas adultas, aparentemente sem dificuldades financeiras, que vivem em cidades e como tal estão à partida mais informados e com uma maior noção de abertura ao Mundo. E são pessoas que vivem na maior potência mundial, naquela que é, supostamente a "Greatest Nation in the World", como eles se auto-apregoam. Poderão estar algo enfadados e fartos destes clichés do Americano burro e do Bush feio, porco e mau, não se tem falado de outra coisa nos últimos anos. Mas a verdade é que este vídeo ajuda a perceber (muito bem) porque é que esse senhor chegou à cadeira do poder. Para rir ou para pasmar:




Ou ainda uma "extended version", sem legendas. Ainda mais impressionante.

Wednesday 4 April 2007

Qualidade de Vida

Finalmente o grande regresso do meu blog, depois de uma longa paragem de muitos meses, fruto de uma intensíssima época de exames na Faculdade, seguida de uma gravíssima falta de inspiração e paciência do autor, entre muitas outras "íssimas" que não interessam agora para o caso.
Regresso para vos falar sobre uma experiência que tive nestas férias da Páscoa. Para vos dizer o bom que é uma pessoa desligar-se do Mundo "sufocanto-tecnológico" que nos rodeia, e refugiar-se num cantinho onde não há poluição sonora, nem tão pouco visual, muito menos ambiental. Viver sem preocupações, sem pressões, sem estatutos, sem papéis, sem ter que esperar nada de ninguém, nem ter ninguém a esperar algo de nós. Viver ao sabor da corrente, sem ter que planear e preparar, e prever e preocupar, registar, relembrar, decorar. Viver em liberdade, sem libertinagem, com responsabilidade mas sem obrigações e imposições. Nem que seja por poucos dias, há poucas sensações melhor que estas (excluindo, obviamente, as ditas necessidades básicas do nosso organismo). Experienciar isto com as pessoas que nos são mais próximas é o ideal, e mais ideal ainda é descobrir, através disto, que as pessoas que nós pensávamos serem bastante próximas, são afinal muito mais importantes do que aquilo que alguma vez pensámos. E descobrir novas pessoas e novos mundos. E chegar a esta conclusão institivamente, sem pensar.
Descansem, meus caros leitores, não, não ando a fumar substâncias ilícitas. Pelo menos, não todos os dias. Quem me conhece bem sabe que isso era impossível. Não, eu tive uma experiência transcendental e iluminadora, sem a ingestão de qualquer tipo de drogas. O que torna o acontecimento exponencialmente mais iiispectacular. Apenas quis realçar o quanto é importante as pessoas desobstruírem os ombros da responsabilidade, de vez em quando. Mandar as pressões para o c******, que isto é mesmo assim, e passar 4 ou 5 dias sem ir à Internet, sem telefonemas de trabalho, sem horários, sem 2ªs intenções. Quando puderem, façam isso. Pelo amor de Zeus, façam-no. Vão claramente sentir a falta desses dias quando voltarem à enfadonha rotina quotidiana, qual dependentes de heroína em desmame, mas serão pessoas renovadas por dentro, coisa que geralmente se vê por fora. Abram os vossos horizontes como se abrissem garrafas de minis no meio dum barzito no meio do nada, a jogar snooker ou às cartas com os vossos melhores amigos. Há lá coisas melhores que isto? Haver há, mas não são muitas.

Cumprimentos







P.S.: Deixo-vos com mais uma pérola do YouTube, e já que estamos numa de lamechice, apreciem a melhor declaração de amor que estes olhinhos já viram. Fiquem bem ;)

Friday 2 February 2007

Assim-assim

Estamos a uma semana do referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, o que quer dizer que vai começar a batatada. Mais do que vos expôr a minha posição neste referendo (até porque, estupidamente, nem vou poder votar, pois deixei passar o prazo para arranjar cartão de eleitor), mais do que vos relatar as razões do Sim e as do Não, queria antes partilhar convosco uma série de absurdos acerca dos quais me dei conta nos últimos dias. O primeiro deles foi da autoria de uma jornalista da Sic Notícias que saiu com esta: "Começa hoje a campanha para o aborto."... hum... ee, pois... campanha para o aborto não soa mesmo nada bem, e não é mesmo do que se trata, senhora jornalista, portanto para a próxima, um bocadinho mais de atenção às palavras, "fáxavôr". No entanto, esta é a ideia que passa na cabeça de muita gente sobre os apoiantes do Sim: a ideia de que são a favor do aborto. Pois nada poderia estar mais errado. Pois o que está em causa, não é decidir se o aborto é correcto ou não, mas sim, o impedimento da criminalização e penalização de uma mulher que decida fazê-lo. Eu sou contra o aborto arbitrário, como método contraceptivo, sem justificação clara. E não concordo que uma mulher o faça, e (aqui entra a minha faceta de futuro médico) desencorajaria toda e qualquer mulher, que não possua aparente dificuldade social, física e psicológica para ter um filho, a fazê-lo. Porquê? Simplesmente porque não acho correcto. Agora não vejo que, por não concordar com essa hipotética decisão, essa mulher tenha de ser criminalizada. O acto em questão é, para mim, uma atitude e um comportamento moral e eticamente incorrecto. Mas não é um crime. Não é uma criança de que estamos a falar, mas sim de um embrião. Sim, um embrião é vida, tal como o é uma planta, uma formiga. Mas é uma vida em gestação, que não consegue sobreviver cá fora. É um projecto de vida. "E por isso tem menos direitos?", colocam-me esta questão desta forma algo bruta... Pois sim, eu entendo que assim o é (respondo eu de forma igualmente bruta), pois não se trata de um ser humano plenamente formado. Há quem defenda que vida é vida, e que não tem prazo de validade. Respeito absolutamente essa opinião, apesar de não concordar com ela. E percebo esse lado da questão. E a isto chamo liberdade de valores, democracia, o que quiserem. Mas então, não percebo como (algumas, não todas) pessoas que defendam que "vida é sempre vida", que a vida é um direito basilar, já aceitem de ânimo leve que uma gravidez de um embrião com mal-formação ou fruto de um crime sexual seja perfeitamente passível e justificável de ser interrompida. Chegamos a um novo absurdo. Se vida é sempre vida, então há que ter coerência e bom senso. Eu tenho os meus critérios. Para alguns poderão parecer frios e cruéis, mas parece-me ser o mais racional aceitar como pessoa humana um feto que consiga sobreviver fora do ambiente intra-uterino. E esse critério deve prevalecer para tudo. Um embrião com 10 semanas não é capaz de o fazer. Esta é a verdade. Por tudo isto, não considero justo que uma mulher sofra consequências penais, por ter de tomar tal difícil decisão. Porque eu sei que a decisão não foi tomada de ânimo leve. Nunca é. Acredito que se deve apostar na prevenção, ainda mais do que se faz hoje. Acredito que é necessário um acompanhamento e aconselhamento especial a estes casos, e que se deve sempre defender a vida que se está a criar, e a vida da mulher, que também está em causa, até às últimas. Quando nada disto funciona, quando a pior decisão (quanto a mim) está tomada, não quero que uma lei tirana obrigue a mulher a colocar em risco a sua saúde, ao abortar em locais inapropriados, para mais tarde a enviar, sadicamente, para a prisão. Mesmo que não concorde com a sua decisão.
Ora esta é também, aparentemente, a opinião do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. O que nos leva a mais um absurdo: pois, não sei se é do vosso conhecimento, mas, embora a opinião do professor Marcelo seja, repito, aparentemente, a mesma do que a minha, ele vai votar Não. Porquê? Porque diz que a pergunta é mentirosa. Que a lei que o PS imporá, não tem nada a ver com a pergunta. Mas ele é absolutamente contra a penalização. Mas vai votar Não. Porque acha que a pergunta "Concorda com a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?" é enganosa. Porque a despenalização não quer dizer despenalização, mas sim liberalização, não punição. E isso já não. Já não é a mesma coisa. Uma coisa é despenalizar, outra é não penalizar. Percebem? Sou contra a penalização, mas acho que é preferível haver penalização, com a qual discordo, do que haver não punição, ai isso é que não. Pois que isto agora as mulheres vão desatar a abortar. Assim sem mais nem ontem. Isso é que não. Mas não devem ser penalizadas. Não, nunca. Mas prefiro que sejam, porque eu não quero que elas possam fazer aborto à vontade sem medo de irem para à prisão. Isso não. Embore não concorde com isso da prisão. Que é uma chatice. ....
Não acreditam? Então deixo-vos o vídeo em questão do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, e a crítica bem mais eficaz feita por Ricardo Araújo Pereira e Companhia. Enjoy!





Tuesday 23 January 2007

Não vejam este post!

[(não) cliquem na imagem para ver o filme]

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness @ Explosm.net

Saturday 20 January 2007

Ah granda Hélio Pestana!


Não se espantem, caros leitores. Estão a olhar, nada mais, nada menos, para declarações feitas pelo 79º Grande Português: Hélio Pestana, jovem actor de 21 anos, já merece um lugar na lista dos 100 grandes tugas. Enchi-me de espanto ao verificar que este galã superou nomes nomes como Cesário Verde, Camilo Castelo Branco ou Gil Eanes, que nem sequer constam da lista. Outros nomes de destaque serão Maria do Carmo Seabra (Ministra da Educação do governo de Santana Lopes!), Alberto João Jardim, Pinto da Costa e Vítor Baía. Escusado será dizer a ignóbil injustiça que foi terem deixado o Major Valentim Loureiro de fora, mas ao menos podemos contar com 5 nomes ligados ao futebol acima dos 70. Vá lá, não está nada mau, ainda há esperança para este País! E o cúmulo dos cúmulos: Salazar está nos 10 mais. Fantástico, não há dúvida que não há nome mais merecedor: ninguém disse a palavra "pátria" mais vezes que ele. No meio disto tudo há duas coisas que me inquietam: em primeiro lugar, a "bacoquice" do nosso povinho. Não tenho dúvidas de que o caso do actor dos Morangos terá sido uma brincadeira. Mas Pinto da Costa em 17º lugar não é. Aposto que até houve quem tivesse votado Tony Carreira. Ou no Scolari. A segunda coisa que me inquieta é a credibilidade e a pompa e circunstância que a RTP dá ao programa. O formato pareceu-me uma coisa ridícula desde o início, e era óbvio que estes casos aberrantes iam acontecer, mas a RTP insistiu em publicitar este programa como se de um referendo sobre o futuro do País se tratasse. Talvez assim, a bacoquice do nosso povo tenha alguma razão de ser.
Enfim, ironias à parte, cá fico mas é a torcer pelo D. Afonso Henriques, pois que isto de fundar um país não é todos os dias, e ele não tem culpa no que isto se tornou.

E para todos aqueles que, como eu, entrarão em época de exames, fica a sugestão: (clique para aumentar)


Monday 15 January 2007

I see a time when peace shall reign throughout the world

Bush anunciou esta semana o envio de mais 21000 militares para o Iraque, onde continuam a morrer pessoas todos dias. Entretanto a ETA voltou a atacar em Espanha, assistimos a mais uma tentativa falhada de relançar o processo de paz no Médio Oriente, e de alguns meses para cá despoletou a guerra em mais um país africano, calhando a "sorte", desta vez, à Somália. Não costumo, nem gosto, de ser pessimista, mas hoje apetece-me dizer que 2007 acorda com um futuro próximo não muito promissor...


Monday 8 January 2007

Disney e Satanismo

Quero partilhar convosco um video notável.
Eu sempre defendi que os filmes e as histórias da Disney têm algumas conotações sexuais engenhosamente escondidas, quer nos títulos, quer nas personagens ou na história em si. Já falei disto com alguns de vocês. Mas longe de mim ligar filmes de fantasia infantis a uma conspiração satânica para corromper a inocência das crianças e tomar conta do Mundo. Isso é obra do protagonista do vídeo que se segue. É assustador verificar que o locutor desse vídeo não está a representar. Ele existe e acredita fielmente naquilo que diz, e aparentemente há pessoas que vão na conversa dele...
Vejam e ouçam, vocês nunca mais verão os filmes da Disney da mesma maneira. (Chamo a atenção para a forma como o protagonista pronuncia a palavra: "Pôrrrrrnografiaaa!")

Saturday 6 January 2007

TV Tuga

Sou um fanático de séries. Sim, tiro séries da Internet. E vejo aquelas que posso na televisão. Porque são muitas, e boas. Todos nós já ouvimos falar de Lost, 24, CSI, House, etc. Eu vejo essas séries todas e muitas mais. As grandes produções já não se limitam ao cinema ou às longas-metragens para TV. As séries são a nova grande aposta das TV's por esse mundo fora, e algumas delas são verdadeiras obras de grande qualidade (humorística, dramática, etc). Mas essa grande aposta é terrível e estupidamente mal aproveitada na televisão do nosso País. Que a televisão portuguesa é uma miséria, já não é novidade nenhuma. Mas é realmente difícil de perceber como é que os canais conseguem anunciar durante semanas a estreia de uma grande produção, grande sucesso nos EUA, no dia tal, e numa hora decente (horário nobre), e 2 ou 3 semanas depois, os episódios já são transmitidos num dia diferente, a meio da tarde (se no fim-de-semana) ou às 2 da manhã (nos dias úteis), sem ter sido anunciado em qualquer altura no Canal ou no site da transmissora. Dou-vos o exemplo do que aconteceu na RTP 1 com Grey's Anatomy, e mesmo quem seguia a série Lost durante o ano passado, e acompanha CSI ou Dr. House, sabe do que eu tou a falar: se queremos seguir um programa de entretenimento com qualidade na nossa televisão temos 2 opções: ou "arrotamos" com 30 € por mês pa ter a TvCabo ou decidimos ficar acordados até às 2 ou 3 da manhã numa semana de trabalho. No entanto, mediocridades como os reality shows e as Floribellas insistem em entrar pelas nossas casas dentro, através de injecções industriais de especiais e emissões directas, até nos vermos obrigados a conhecer de cor as música dos genéricos desses programas e a darmos por nós com o comando na mão, a olhar para a TV e a pensar: "Este programa é mesmo mau!..." No entanto nem nos apercebemos de que lhes estamos a dar audiências! Somos a única, ou pelo menos das únicas TV's na Europa em que os canais generalistas têm noticiários de mais de uma hora. Na Alemanha não passam dos 20 min. E essa hora e meia é preenchida com: reportagens da treta a agentes da GNR que mal sabem falar em público a explicarem a operação Páscoa (que é igual todos anos) e a dizer o nº de acidentes que ocorreram (caramba, é preciso andar na GNR para saber ler um papel com números?); reportagens em directo do Hotel onde está instalada a selecção nacional que amanhã vai defrontar o Uzbequistão num amigável, para reportar que o C. Ronaldo levantou-se às 8 da manhã, fez chichi, coçou o tomate esquerdo, e desceu para o pequeno-almoço a assobiar Tony Carreira; reportagens em directo à porta do tribunal para se saber se já começou a audiência à qual a TV não tem acesso, apenas para se saber que não, ainda não começou, mas está prestes a começar pois a hora marcada era aquela; reportagens em directo do treino das equipas de futebol; reportagens sobre a loja na Parede que foi roubada 3 vezes no último mês; reportagens sobre a liderança nas audiências desse canal; reportagens sobre os prémios que a reportagem transmitida na semana anterior recebeu; uma reportagem em directo para dizer que afinal não era Tony Carreira, mas sim Boss AC que C. Ronaldo assobiava; etc, etc etc. Claro que assim não vale a pena.
E fora do horário nobre não é melhor! Os programas da manhã então são o máximo. Quem nunca aproveitou aquelas manhãs de férias em que ainda não temos nada combinado, para ir para a sala dar uma olhada na TV, enquanto se toma o pequeno almoço? Vocês não? Eu já. E o espectáculo não é bonito. A tertúlia cor-de-rosa da Sic é uma molhada de diarreias mentais que se junta para falar de pessoas. Simplesmente. E fazem-no, aparentemente, com toda a dignidade. Conhecendo ou não a pessoa em questão, estes indivíduos condenam as atitudes e comportamentos dos outros, julgando-se eles mesmos o exemplo paradigmático da pessoa decente, humilde, honesta e trabalhadora. No entanto, têm o emprego mais ridículo e inútil que eu conheço. Homem do lixo é um emprego mau: mas é essencial e necessário à sociedade, e bem mais digno do que aquilo. Outro dos meus favoritos é o Goucha. É o maior. Então quando leva para lá aqueles casos da senhora obesa que quer um penteado novo, e do menino que sonha ser cantor desde pequenino, tudo acompanhado com aquela musiquinha de fundo, um oboé enternecedor aqui, um arpeggio mágico de piano ali... há pessoas reais, com problemas reais, mas o programa do Goucha prefere expôr casos ridículos, e deixá-los ser comentados por 4 peixeiras, ou pela Lili Caneças (esta e o Cláudio Ramos mereciam um post só para falar deles, mas nem me vou dar ao trabalho). As pessoas dizem: "é isto que dá audiência, é isto que o público consome". Pois eu digo que o público consome aquilo que lhe é dado. Tudo depende da opção da televisão. É possível fazer programas com qualidade sem necessidade de serem "culturais" ou elitistas como muitos programas da 2:. "O povo é burro, só quer disto", dizem eles. O povo americano elegeu George Bush para presidente, e, no entanto, é de lá que vem o Lost! Os americanos têm muita coisa má. Muita mesmo. Mas como disse Hugh Laurie (actor britânico que interpreta o Dr. House) numa entrevista: "Antes de vir trabalhar para os EUA, tinha a ideia de que os americanos têm a irritante mania de esperar que tudo lhes caia no colo. Agora a ideia é diferente: eles trabalham que se fartam, até não poderem mais... e só aí é que esperam que tudo lhes caía no colo!" Ora digam-me lá, se para muito bom português, o processo não é exactamente o oposto disto? Nas nossas televisões tenho a certeza de que há muitos assim...

Thursday 4 January 2007

Ena pah, o gajo é ateu!

Nah, não se trata disso! Acontece que precisava de um nome giro para o blog e lembrei-me de fazer este trocadilho com uma música dos Muse, é só. Em parte é verdade, mas creio que a religião não será o melhor tema para o primeiro post do meu blog, portanto, em frente.

É verdade, fiz um blog. Isto dos blogs é uma cena um bocado amaricada, porque isto no fundo não passa de um diário, só que é mais giro, porque podemos colocar vídeos e fotografias, dizer na mesma tudo o que nos apetece e virtualmente toda a gente no Mundo pode ver o que escrevemos. É um diário, portanto. Mas é muito mais fixe. Decidi, portanto, começar o ano de 2007 com um blog.

Servirá para falar de qualquer coisa que me passe na cabeça. Mesmo qualquer coisa, seja ela coisa séria ou coisa para brincar. Coisas e loisas. Ou se quiser falarei somente sobre a palavra coisa, que é a palavra mais fantástica que existe: a palavra coisa pode significar tudo! Tudo e mais alguma coisa (vêem?). "Oh coiso, por onde é que andaste?" , "Olha pah, andei por aí a fazer coisas, lá no coiso pah, como é que se chama aquela coisa?", "Ah pah já não me lembro! Havia lá com cada coisa, não era?", "Pois era... hmmmmmm, epah mas que coisa, não me consigo lembrar, acreditas?", "É uma coisa do caraças, quando te queres lembrar duma coisa e ficas assim... todo coiso, pah, por não te lembrares, né?", "Fogo nem me digas nada! Então e tu? Que é feito lá da tua coisinha que andavas a preparar?", "Olha pah, coiso e tal, pirolito. Foi-se!"

Como estão a ver, a coisidade da coisa é uma temática fascinante (outra palavra que um dia irei analisar profundamente). A minha irmã fez um trabalho sobre a coisidade da coisa quando estava na faculdade de Filosofia, e havia um livro só sobre isso. Desde esse dia nunca mais fui o mesmo.

Mas também irei querer saber as vossas opiniões. Mesmo. Será, portanto, indispensável a vossa colaboração. Não se inibam de comentar o que quiserem, mesmo que seja para me insultar ou para dizer mal do Benfica, eu não me importo, a sério. Mas comentem, mesmo, por favor. Suplico-vos. Peço-vos. Exorto-vos. Por favor, comentem qualquer coisinha, mesmo que não digam coisa com coisa (cá está outra vez).

E para acabar deixo-vos com o primeiro vídeo deste blog, que é um clássico, mas nunca consigo parar de rir sempre que vejo isto. Esta criança precisa de ajuda...

Cumprimentos

João Francisco Gonçalves